Como preparar o condomínio para a coleta seletiva.

É importante que haja uma discussão com os condôminos, em assembléia, sobre a intenção de aplicar um programa de coleta seletiva do condomínio.  Assim, se forma uma comissão de interessados em estudar o assunto  para colocá-lo em prática.

 

A comissão deve decidir itens como:

  • O lixo reciclável será separado por material ou apenas separado do lixo orgânico? Em geral há mais adesão quando há apenas separação do material orgânico e do reciclado
  • Como essa separação será feita? O condomínio pode distribuir sacos de cor diferente para os materiais recicláveis, assim não há confusão por parte dos funcionários
  • Os funcionários do condomínio irão retirar o material reciclado dos apartamentos ou haverá uma lixeira grande, separada por material, para os próprios condôminos depositarem ali os resíduos? Nesse caso, deve-se levar em conta o preço da lixeira
  • Onde o lixo reciclável vai ser acondicionado até ser coletado?
  • Quem irá retirar a coleta seletiva do condomínio? Seja uma ONG, cooperativas ou catadores, o importante é que haja compromisso na coleta dos recicláveis
  • Há também empresas que prestam consultoria para o condomínio implantar um programa de reciclagem. Os custos vêm acompanhados de farto material de divulgação, e de seis meses de apoio ao projeto

 

Durante a tomada dessas decisões é importante que se leve em conta:
  • O espaço que irá receber os reciclados deve ser ventilado e não haver muitas lâmpadas, já que esses materiais são bem inflamáveis
  • O local deve conseguir abrigar certo volume de lixo, já que cooperativas, catadores ou ONGs em geral retiram apenas quando há grande volume
  • Esse ponto também deve ser de fácil acesso tanto para os funcionários do prédio quanto para aqueles que irão retirar o material
  • Esse material pode ser acondicionado em bags ou containeres. Veja se na sua cidade a prefeitura oferece algum incentivo para quem deseja implementar a coleta seletiva

Tomadas as primeiras decisões de ordem prática, deve-se apostar agora na conscientização dos diversos públicos do condomínio: moradores, funcionários, empregadas domésticas:

  • Para sensibilizar moradores e funcionários, pode-se pensar em um sábado como o primeiro dia da reciclagem do condomínio. Deve haver cartazes convidando as pessoas a descerem para ouvir uma pequena palestra sobre o tema – ONGs e cooperativas em geral têm representantes para esse fim e não costumam cobrar
  • Nessa palestra também se pode chamar os síndicos de condomínios vizinhos. Dessa forma, haverá mais possibilidade de se conseguir apoio municipal ou parcerias com outras ONGs ou cooperativas
  • As crianças também devem ser envolvidas no processo. Como muitas escolas trabalham a questão da reciclagem, os menores podem expor seu conhecimento sobre o tema – dessa forma, não deixam de ajudar em casa na hora de separar o lixo
  • Uma boa maneira de conscientizar as empregadas domésticas é pedir que desçam por 15 minutos no dia seguinte ao evento da coleta seletiva. Um funcionário do prédio que tenha ouvido a palestra pode repassar os tópicos mais importantes  e também explicará como o material deve ser apresentado: limpo e separado
  • Alguns funcionários do condomínio, principalmente os da limpeza, podem ser refratários ao projeto por eles próprios venderem alguns materiais a sucateiros. Uma saída é repassar para eles uma parte do que se arrecada com os recicláveis
  • É possível incentivar os funcionários também com certificados de que sabem lidar com os recicláveis
  • Outra maneira é argumentar que a ONG que vem para pegar o lixo, retira todos os materiais e não apenas o papelão ou o metal
  • Cartazes de incentivo à coleta seletiva devem ser mantidos por pelo menos três meses. Também é importante manter os moradores a par da melhora do processo. Dizer o quanto de lixo reciclável  se está arrecadando por mês ajuda a manter o interesse da separação do lixo
  • A reciclagem pode, sim, render algum dinheiro para o condomínio. Mas o viés utilizado para engajar os moradores deve ser o da consciência ambiental, já que esse tipo de atividade não irá gerar grande impacto nas finanças

 

Fonte: Sindiconet